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Surplus – Aterrorizados pelo consumo

Primeira Avaliação Sociologia – 1° Bimestre 2011

Clique para fazer o download, imprima a folha de resposta. A resenha deve ser manuscrita, a caneta. Nesta folha há um espaço de 30 linhas, suficiente para redigir a resenha. É importante ser claro e também sucinto! A data de entrega, impreterivelmente, é 11/04 segunda-feira.

Bons estudos!

Surplus é uma produção sueca, do diretor Eric Gandini (2003)[1,2] e com a participação de Adbusters (coletivo artístico de contra-propaganda). O documentário em forma de remix e videoclipe faz uma incisiva crítica à sociedade de consumo, ao consumismo enquanto ideologia e estilo de vida, e às mazelas geradas pela superprodução, o lixo e o desperdício. Feito no período imediatamente posterior à explosão de manifestações[1] antiglobalização de 1999-2005, o documentário abre com cenas das manifestações antiglobalização de 2001 em Gênova[1,2], Itália, onde a repressão policial resultou na morte de Carlo Giuliani.

Mas não é inócuo criticar o consumo? Afinal de contas, consumir nada mais é que satisfazer nossas necessidades humanas, e na nossa sociedade fazemos isto através da compra. Pois, o argumento do diretor é exatamente que a forma de produzir os bens que consumimos tem algo de irracional, excessivo, em última instância insustentável. O ponto forte do argumento é que não podemos continuar consumindo como consumimos, e não há possibilidade de almejar que toda a humanidade atinja os padrões de consumo do primeiro mundo – que conta com apenas 20% da humanidade, mas consome 80% dos recursos produzidos na economia mundial. Se todos consumíssemos como o primeiro mundo precisaríamos de mais dois ou três planetas em termos de matérias primas.

A irracionalidade é tal, que transformamos o mundo, a natureza em “matérias primas”, ou seja, em mercadorias às quais dispomos como se estivéssemos num supermercado.

Outro argumento forte do documentário é o da transformação, que este modo de produzir e consumir no qual vivemos, imprime nas relações sociais. Vemos o mundo como mercadoria, e de maneira similar vemos nós mesmos e os outros seres humanos como mercadorias também, como coisas – a cena da fábrica de bonecos e dos exercícios feitos no espaço de trabalho transmitem este estado de distanciamento imposto pelas relações sociais de trabalho e consumo.

O trabalho estético, que encontra a musicalidade dos instrumentos de trabalho/meios de transporte/locais de produção, com seus ritmos duros, contínuos, impassíveis é de uma sensibilidade extraordinária. De modo similar o contraste entre a paisagem urbana, os centros de tratamento do lixo, o depósito de pneus usados e o enorme cemitério de navios oferece uma necessária contemplação sobre os diferentes momentos pelos quais passa a produção/consumo/descarte dos bens que consumimos diariamente, e que chegam a nós por intermédio do discurso publicitário que procura afastar, acima de tudo, a consciência sobre a forma de produção daquele bem.

Vale também pela comparação que o diretor tece entre o consumismo das sociedades avançadas, e a experiência socialista de Cuba – note-se, é uma comparação que estabelece também uma crítica ao regime cubano. Percebeu que crítica é essa? Mande pros comentários!

Parte 1 (Legendado)

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